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quinta-feira, 1 de março de 2012

Tomo I - Capítulo IV - Resistência

Pela terceira lei de Newton a toda ação deverá corresponder uma reação na mesma direção, de igual intensidade (módulo), mas no sentido contrário à força que a enseja nos apoios ou vínculos entre um e outro elemento estrutural.

Equilíbrio de forças externas
Uma estrutura arquitetônica difere diametralmente de um mecanismo, que se move ou deve mover-se. Para a Arquitetura importa manter o espaço útil projetado permanentemente estável, em equilíbrio estático; a resultante de todas as forças atuantes no sistema, de ação em conjunto com as de reação, deve resultar nula.

As equações resultantes da imposição de equilíbrio estático, no caso de estruturas planas, são três equações e no caso de estruturas espaciais são seis.

Relação forças-materiais
As transmissões de forças se dão internamente pelo contato em nível molecular onde há material contínuo. A variação de maior ou menor eficiência se verificará na medida da polarização das moléculas que formem os elementos materiais estruturais. A resistência se verificará da mesma maneira: geralmente maior nos elementos mais densos e menores nos que apresentam maior porosidade ou vazios intermoleculares. Assim, os elementos estruturais de aço apresentarão maior resistência a forças atuantes do que elementos de aparência geométrica idêntica, feitos de madeira, por exemplo; uma barra prismática do metal com as mesmas medidas de comprimento, largura e espessura de outra de madeira será mais resistente à mesma quantidade de força aplicada.

Como se verá mais além, a coesão molecular e a geometria dos corpos materiais constituem fatores preponderantes relacionados à resistência dos materiais empregados nas estruturas arquitetônicas.

A tensão
Considera-se que as estruturas arquitetônicas devam ser resistentes aos esforços mecânicos impetrados contra o sistema e suas partes na medida direta da relação das forças atuantes e inversa às áreas de suas seções transversais ( ). Desse modo, um elemento estrutural deverá contrapor-se a forças que tentem comprimi-lo, tracioná-lo, flexioná-lo, cortá-lo ou torcê-lo. Será tanto mais resistente que outro um primeiro elemento que, tendo mesma área de seção transversal que um segundo, permanecer mecanicamente inalterado em sua forma mediante a aplicação de força mais intensa.

Materiais empregados nas estruturas arquitetônicas deverão estar ali colocados de maneira a resistir a esforços de toda sorte, que geram tensões. Estas podem ser classificadas em cinco grupos de tensões que tendem fundamentalmente a distender ou tracionar, comprimir, cortar ou cisalhar, torcer e flexionar uma estrutura ou qualquer de seus componentes singulares. A flexão enseja a geração combinada de duas tensões, as de tração e de compressão, como se verá mais adiante. Em todos os casos, podem ocorrer a ações conjuntas dos cinco tipos de tensões. Se esforços que geram tensões forem aplicados num átimo, isto é, em intervalo diminuto de tempo haverá o que se pode caracterizar como choque. O choque poderá ser singular ou plural, neste caso com ou sem ritmo.

Assim, num sistema estrutural ou em suas partes pode vir a ocorrer choque de compressão, choque de tração, choque de cisalhamento, choque de flexão, choque de torção ou a combinação destes. A ocorrência de choque influenciará o comportamento da resistência dos elementos aos diversos tipos de esforços incidentes.

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